Já de pequeno ouvia contar
Historias de encantar
Contavam que vagueava pelas ruelas
Uma alma dorida atormentar
Falavam de uma tal ribeirinha
Que os guardenses enfeitiçou
Diziam que até ao El rei D. Sancho I
Desta ribeira também provou
Contavam como era bela
Deixando os homens sonhar
Andavam loucos por ela
Pelas ruas a vaguear
Havia quem dissesse ser bruxa
Que com muitos dormitou
Era um trauma para as mulheres da Guarda
E até o próprio Rei enfeitiçou
Foi um alívio para o povo
Quando el rei se apaixonou
Era tão grande o amor
Que a dor do povo se acalmou
E este amor ardente
Deixou a alma à deriva
Atormentando as gentes da Guarda
Que ainda hoje fica comovida
E é nas noites frias de Inverno
Que juram a ouvi-la chorar
Vai causando arrepios
Os gemidos pelas ruas ao passar
Será apenas um conto
Ou simples história de amor?
Mas já lá vão oito séculos
E sente-se ao longe a sua dor
E quem pela cidade anda
Certas noites ao luar
Jura ver a ribeirinha
E D. Sancho a cavalgar
É por isso que ainda hoje
O feitiço permanece
Tudo agora é diferente
Só um grande amor não se esquece
Luís Pragana
18/12/2010
Oh Guarda oh minha amada
Cidade de bem viver
Saudades de ti, eu tenho
Sinto inveja de te não ver
Mas é sempre no silêncio
Que me leva a viajar
A mente e no momento
Saudade de não te agarrar
Minha terra minha paixão
Sinto-te a cada momento
Um sentimento frustrado
E um enorme tormento
E nos momentos de raiva
Sempre me levam aí
Deixei lá a minha alma
Jamais me livrarei de ti
Luís Pragana
07/02/2011
Agora sim compreendo
O porque destes cortes fatais
São para tapar o buraco do BPN
Assim não se chateiam mais
Sei que são cortes hás cegas
Mas que posso eu fazer
Diz o sr. Engenheiro Sócrates:
Com estes cortes consolido o poder
Vou cortar nos abonos de familia
Tiro aos necessitados porque são mais
Assim tapo o buraco dos bancos
Dando cabo da cabeça aos pais
Estou metido numa alhada
Eu quero é ir embora
Só que o artolas do Passos Coelho
Tudo fará para eu ficar na caçarola
Se não fosse a crise e o BPN
Nada disto acontecia
Só que a dimensão do buraco
É tão grande que até me arrepia
Senão acham que eu ia ficar
Só que o artolas do Passos
Teima em o orçamento votar
E lá tenho eu mais um tempo que gramar
Oh como eu consigo levá -los
Tão inteligentes e tão ingénuos
Não passam de uns paspalhões
Mas querem um orçamento para génios
Lauzinho
23-10-2010
Para se puder opinar
O que é viver sem ordenado
Quem tem salário certo
Teriam que passar por este lado
Porque não experimentar os chefões da repartições
Que estão a fazer sabe-se lá o quê
Venham, montem um negócio
Passarão logo a saber como é
É muito fácil um chefe
Mandar penhorar uma conta ou um salário
Para isso basta assinar um papel
Passam a atrasar a vida das empresas e dos operários
Sabem lá o que é a vida
O que fazem para a merecer
Dão cabo da vida a quem produz
E o pobre povo tarde volta a mexer
Se não ouvesse ordenados nas repartições
Se tivessem que à procura dele andar
A arrogância de alguns que se julgam importantes
Comecaria logo, logo a mudar
Oh como é fácil dizerem que este faliu ou aquele fechou
Como na vida nada fizeram para os ajudar
E somente contribuiram para a degradação
Ajudaram muitas empresas a fechar
Nesta situação em que o país se encontra
Aqui junto ao mar, o nosso jardim
À sempre os Chicos espertos que se safam
Mas a maioria vai ter este fim
O Lauzinho
22-10-2010
Somos todos iguais
Foi que nos ensinaram em pequenos
Crescemos ouvindo esta retórica
Havendo uns mais iguais que outros nunca percebemos
Só que os pequenos cresceram
Ou onde andas igualdade
Uns enchem bem a barriga
Outros andam na mendicidade
Porque meu deus? Porque?
Para que serve a pobreza
Sei que querendo tu podias
Por comida em qualquer mesa
Como podemos acreditar num Deus
Que pactua nesta desigualdade
E que toda a vida ouvi
Ser Sr. da fartura e da felicidade
Esse sim na nossa mente
Sempre foi um Deus bondoso
Ajudando tanto o pobre
Como o ser todo-poderoso
Mas infelizmente não é
As desigualdades cada vez são mais
Com tanta miséria no mundo
Não queremos esse Deus nunca jamais
O mundo já está muito viciado
Só assim se pode compreender
Que 40% são tão ricos
E os outros a pobreza acaba por os absorver
LUÍS PRAGANA
17-12-2009